domingo, 6 de setembro de 2015

Sala de estar

Eu acordo pela manhã e vou regar as minhas plantas. Pego a bicicleta, ando, o vento bate no meu rosto e sussurra coisas no meu ouvido, coisas que eu não posso entender.

Sento-me na calçada e quebro uma folha caída em alguns pedaços. Risco uma pedra no asfalto, aleatoriamente. Nenhum desenho se forma.

Em casa, Um abajur novo ao lado do telefone em uma mesa de canto. Tem ali mais algumas folhas, uma caneta, contas antigas.

Fico deitado no sofá, sento-me no chão, escrevo frases sem nexo, me levanto e bebo água, volto a deitar. Algo em mim está em pleno desconcerto, esquenta, mas não entra em ebulição.

Tem um abajur ali e eu não sei o que fazer com ele. Devolvo-o? Mas para quem? De quem foi essa ideia de colocá-lo ali? Tem uma luz que sequer ascende. Ou sou eu quem não sabe manuseá-lo?

Saio de casa então. Pego a bicicleta e ando sem rumo. O que tem o vento a me dizer? Eu não consigo entender.