domingo, 31 de maio de 2015

O pote mágico

Eu procurei pela casa toda. Revistei nos cantos menos prováveis do fora e vasculhei-me até as vísceras. Haveria alguém o pego por engano ou poderia eu ter sido tão descuidado? E se houvessem o roubado? Eu não o achei em lugar algum.

Foi um tempo duradouro este para achar um lugar onde coubesse. Tempo ainda mais longo para planejar alternativas para escondê-lo, para deixá-lo em local firme, mas não às vistas, em um local onde pudesse fazer suas estripulias, mas que não chamasse tanto a atenção. Por vezes escapamos por pouco. Mas agora eu não sei onde você está.

Poderia me dizer, por favor, ou me dar ao menos alguma pista?  Eu juro que buscarei onde estiver e não serei tão displicente a ponto de perder-te novamente. Eu sei que não deve ter ido muito longe. Todas as tuas andanças sempre foram por aqui, muito perto, ao redor. Espera, talvez tenha fugido. Não faz sentido, foram tempos tão bons! Mas eu realmente perdi, a gente sempre perde, parte do que se passou com você. Fui eu quem fiz algo sem perceber? Foi algo que eu falei ou deixei de?

Eu juro que se voltar, mesmo que de fininho, e que se não quiser falar nada, apenas chegar, tudo estará bem. Eu não vou perguntar por onde andou. Pouco importa para onde foi, será simples o bem de te ver aqui novamente sob meus silenciosos e apreensivos olhos.

Aqui dentro, saiba, tudo vai devagar. A mente se apressa em fazer os ponteiros adiantarem a vida, mas nada muda, tudo está ainda em tempo de você voltar para o seu lugar.